Ele foi detido quando dirigia seu carro; Abdelmassih será entregue na fronteira entre Ciudad del Este e Foz de Iguaçu
BUENOS AIRES - O ex-médico brasileiro Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos por abusar de 39 mulheres em São Paulo, foi detido nesta terça-feira, 19, em Assunção, capital do Paraguai. Abdelmassih, que abusava de suas vítimas durante a anestesia que realizava para as sessões de inseminação artificial, foi identificado pelas forças de segurança paraguaias durante uma operação de rotina da Polícia Municipal de Assunção, em conjunto com a Polícia Nacional, o Departamento de Migrações e a Secretaria Nacional Antidrogas para verificação de documentos.
Abdelmassih, de 77 anos, foi detido quando dirigia seu automóvel em uma avenida no bairro de Villa Morra, uma das áreas mais caras da capital paraguaia. O médico brasileiro residia em uma luxuosa casa com sua mulher Larissa Maria Saco, de 37 anos, em outro bairro, o de San Cristóbal.
Quando os policiais verificavam os documentos do fugitivo da Justiça brasileira perceberam que era uma pessoa buscada pela Interpol. A detenção ocorreu na hora do almoço. Abdelmassih foi colocado à disposição da Justiça imediatamente.
O secretário antidrogas Luis Rojas e o diretor do Departamento de Migrações, Enrique Kronaweter indicaram que o ex-médico será extraditado para o Brasil. Segundo eles, o ex-médico será entregue na fronteira entre Ciudad del Este e Foz de Iguaçu. O processo de expulsão de Abdelmassih do Paraguai foi facilitado por sua condição de imigrante ilegal em território paraguaio, afirmou o diretor de Comunicações da Secretaria Nacional Antidrogas, Francisco Ayala.
Segundo as autoridades paraguaias Abdelmassih, antes de entrar no Paraguai há três meses, havia passado por vários países europeus. "Ele conseguiu passar pela Europa sem ser pego", indicaram as autoridades paraguaias em uma coletiva de imprensa. As autoridades também destacaram que Abdelmassih "tinha uma vida confortável" em Assunção, em referência à sua residência e estilo de vida.
A imprensa paraguaia, que está chamando Abdelmassih de "O Doutor Terror", destacou que o ex-médico brasileiro tratava-se de "um dos homens mais procurados do mundo" pela polícia.
Caso. Abdelmassih mantinha uma clínica de fertilização na Avenida Brasil, área nobre da capital paulista, quando foi preso em 17 de setembro de 2009 sob acusação de abuso sexual. Ele foi solto após 129 dias de cárcere após o Supremo Tribunal Federal pedir sua soltura.
As investigações começaram em 2008, depois que uma ex-funcionária da clínica de luxo procurou promotores para relatar que o médico teria tentado beijá-la à força.