sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Operadoras preparam guerra contra WhatsApp

Fontes dizem à Reuters que algumas operadoras estão preparando um documento para questionar a atuação do WhatsApp no Brasil. Enquanto isso, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, diz que o app está "à margem da lei". Lá vem.
Segundo a Reuters, as operadoras se opõem ao serviço de voz do WhatsApp, não às mensagens. O problema é que o app usa seu número de celular para realizar ligações, mas não paga por isso.
Enquanto isso, as operadoras são obrigadas a arcar com as taxas do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações) por cada linha autorizada. De acordo com a Teleco, as operadoras pagam R$ 26 pela ativação de cada linha móvel, mais R$ 13 anuais de taxa de funcionamento.
Elas não veem problema em outros serviços - como o Skype, que oferece VoIP gratuito - porque eles exigem a criação de um login independente, e não requerem número de celular.
Aparentemente, todas as operadoras estão envolvidas na petição que será entregue à Anatel - inclusive TIM e Claro, que oferecem pacotes promocionais com WhatsApp que não desconta da franquia. (A promoção, obviamente, não vale para ligações feitas dentro do app.) Uma fonte diz à Reuters que o assunto já foi levado ao Ministério das Comunicações.

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E Ricardo Berzoini já se manifestou a favor de regulamentação: segundo O Globo, ele acredita que o WhatsApp é um serviço pirata: "eu acho que o termo é um termo bom para chamar a atenção para esse debate - dá para dizer que eles estão à margem da lei", afirmou o ministro em uma audiência na Câmara.
Ele diz que a regulamentação dará a garantia de "tratamento equânime a serviços de telecomunicações e novos serviços de internet", de acordo com a Folha.
No entanto, Berzoini quer ir além e regulamentar todo tipo de serviço OTT (over the top), que geram valor usando a infraestrutura de internet - isso inclui o Google, Facebook e Netflix.
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Enquanto isso, o presidente da Anatel, João Rezende, disse na mesma audiência que é contra: "não sou favorável à regulamentação. A discagem via WhatsApp não é serviço de telecomunicações".
Uma fonte da Anatel diz à Reuters: "a agência não regula aplicativos. Não sei se a Anatel tem competência para analisar o serviço, que não é de voz tradicional".
A Reuters diz que uma operadora - sem revelar qual - cogita até entrar com uma ação judicial contra o WhatsApp. Amos Genish, presidente da Vivo, afirmou este mês que o app é "pirataria pura", e disse: "não é admissível uma empresa prover serviço de voz sem licença do regulador, usando os números das demais operadoras e sem pagar impostos".
Enquanto isso, o Netflix sofre a ira das operadoras de TV a cabo. A Ancine promete criar um marco regulatório para o serviço até o fim do ano.

Fotos por arivera/Pixabay, PT na Câmara/Flickr e Senado Federal/Flickr

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